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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Uma Madrugada Narniana






Introdução
Dia de sábado nunca é bom o bastante quando não se tem sol. É o dia que sucede a sexta-feira de aulas muito chatas, quando estamos morrendo de vontade de sair dali o mais rápido possível. E é o dia que antecede o Domingo, que até seria divertido, se não antecedesse a segunda-feira, certamente o dia mais chato da semana.

Mas fora num sábado que eles resolveram marcar esse encontro. Ninguém soube ao certo qual era a intenção, mas fora David que começou a falar nos tópicos da comunidade mais famosa do Orkut que sentia a vontade de fazer um grande encontro.

Salem foi contra logo de cara.
- Há quem more longe! Como vamos reunir todos numa só cidade? - resmungava o Osso, num chat com David e Juliana (a dona da comu) no Messenger.
- Não sei, Salem! Só sei que queria conhecer todos de uma só vez, num só lugar, para conversarmos alegremente. - digitara Juliana.

E assim saiu o convite. Todos responderam com ansiedade e vontade, para felicidade de David, entretanto os contratempos de cada um pediam para que fosse adiado. Ron tinha curso, Dafne tinha que voltar da Bélgica, assim como os demais que moravam longe precisavam de tempo para se organizarem.

- Não sei... - RichaDdDdDdDdDdD analisou. - Deveríamos nos juntar num lugar aberto? - discutia pelo Orkut.
- Acho que sim. Um parque, talvez. - Daniele sugeriu.
- Um parque na cidade central do país. - Thiago sugeriu.
- Seria tão difícil achar um parque verde em São Paulo? - Victor Cauê observou.
- Eu preferia mais para o sul. Se vou sair de João Pessoa para gastar dinheiro, prefiro que seja lá para o frioozinhoo! Aqui é tão quente!!! - sugeriu Joana, mão-de-vaca como sempre.
- Então vamos para Porto Alegre. Verde deve ter lá, e muito! - Romilson também queria sugerir alguma coisa.


Ficou acordado naquele dia que seria em Porto Alegre, no parque Redenção.
- Só espero que a Gloria vá. Acho ela tão bonitinha... - Amandio fofocou.

No dia então sonhado por David, e acordado por Juliana, todos desceram do grande ônibus lotado, sorrindo alegremente. Quando imaginariam encontrar e conhecer aquelas pessoas que antes só viam e sabiam da vida delas pela tela do computador. Para uns era coisa de malucos, imagina só! Sair de sua cidade para encontrar com um monte de gente que não se conhecem e debater um assunto que só existia nos livros.

Porém, pela alegria deles, todos sabiam que tinha um propósito bem maior. Que teria sido totalmente esquecido, diante do que veio a seguir.

- Muito bem... cada um se apresente dizendo coisas rápidas, pois somos muitos. Começo por mim! Eu sou o David, e na verdade faço parte da comunidade relacionada a comunidade da Juliana...
- Claro que você não poderia faltar, né David? - Joana gritou, com seu sotaque nordestino fazendo todo mundo dar risada.
- Joana, deixa ele terminar! - Jules calou a menina, que sorriu timidamente em resposta.
- Espera aí, eu sempre tive curiosidade em saber quem é o Salem! Ele só tem a foto do Esqueletinho no Orkut dele, e eu queria ver sua face verdadeira. - falou Abner, com a face provocativa.

- É... eu também!!! - Junia procurou entre aqueles rostos um que a fizesse lembrar do menino.
- Eu acho que sei quem é! - Ron sorria.
- Ah, gente... deixa o Salem pra lá! Vamo voltar para a apresentação! - Gloria resmungou.
- Eu também queria saber quem é o Salem! - Vick falou.
- Eu estou mesmo querendo ver como ele é! - Abner continuou.
Como ninguém se manifestou dizendo que era Salem, que ria intimamente encostado num banco próximo a uma grande acácia, eles voltaram para as apresentações.

Cada um disse alguma coisa rapidamente, e então David voltou a falar:
- Bem... Nárnia é realmente um assunto muito extenso, por isso dividimos, a Ju e eu, tópicos que poderiam nos ajudar a organizar essa discussão bacana e...
- Vamos começar pelo filme!! - Romilson e Thiago fizeram coro.
- Eu odiei!!! - alguém berrou, mas quando foram procurar a pessoa, ninguém assumiu.
- Não acredito! Deve ter sido por causa do beijo! - Victor Cauê provocou.
- Aquele beijo ridículo!? - Ron resmungou. - Jack deve ter se revirado no túmulo!
- Não achei nada de mais! - Thiago e Joana falaram ao mesmo tempo.
Assim começou o burburinho, que, com aquele número de pessoas se tornou um burburão acalourado.
- Ai, gente... vamo organizar! - Dafne queria apaziguar a situação. - Salem, você não quer se manifestar para dar o ar de sua graça!? Eu vim de longe apenas para te conhecer!!!
- Gente... vamo devagar! - Jules também tentava desanimar a discussão.
- Não acho que o beijo tenha sido grande coisa para um estardalhaço desse tamnho e... - Victor defendia seu ponto de vista.
- Vocês estão confundindo as coisas... livro é livro... filme é filme... - Daniele opinava também.
- Quando vamos comer? - Vick não queria entrar naquela discussão, sem falar que estava com fome.
- SALEM!!??? - Abner procurava o menino, que até então estava sumido, rindo daquela situação.
- É tudo culpa do Andrew e... - Ron já gritava.
- E quem disse que olhar não é um pedido para tirar pedaço nunca levou um olhar daqueles... - Geisa falava pela primeira vez.
- Estão aqui por um motivo - de repente ouviram uma voz sair da árvore. - Por um motivo apenas se reuniram.
Alguns gritaram espantados. Outros escutaram sentindo-se alegres por dentro. Um leve torpor surgiu diante deles, e ninguém ousou acabar com aquele efeito, exceto quando ele mesmo se acabou.
- É uma pessoa que deseja vê-los. E nem mesmo pessoa ele é. - a voz continuou. - Eu preciso de vocês.
Todos os rostos iluminados pelos raios foram maravilhados com a abertura de uma porta gigante.
- Portal na árvore! Isso é um deja vu e tanto. - comentou Ron no ouvido de Dani. - Preferia que fosse no ar.
- Venham todos. Estou aqui. Eu preciso de vocês! - a luz fora tão grande que nenhum dele ousou mais falar nada.
Um por um, levados pela luz, avistaram então um grande animal, que balançava a cauda e rugia intensamente. Era um Leão.
E se deram conta que estavam olhando para Nárnia.
Novamente maravilhados, entraram pela porta, um por um. David e Juliana entraram por último, e então comentaram:
- Sabe, se não estivesse vendo, eu não acreditaria.
- Eu também. E ainda parece tudo meio impossivel!
Até que Dafne, que vinha na frente deles, tornou-se para eles e disse:
- "A impossibilidade de provar que Deus não existe é a melhor prova de sua existência".
E o portal se fechou.


O Outro Lado do Portal
Ninguém sabia ao certo, o motivo de terem passado pelo misterioso portal, que dava em um bosque, simplesmente se deixaram levar pela coragem. Mas quando todos entraram naquele novo mundo, o grande Leão havia sumido. De repente toda a magia que havia se instalado no corpo de cada um, sumiu no mesmo instante.
E então o medo passou a surgir no coração de alguns.
- Mas o que está acontecendo? Ele estava aqui, e em um instante sumiu. – Perguntou Richard assustado.
- Será que isso é um sonho ? – Romilson fez a pergunta enquanto observava o local.
- Isso é bem como eu imaginava, então o sonho deve ser meu. – Afirmou Ron.
- Suponho que não seja um sonho. Só se todos nós estivermos sonhando. O que é impossível.- Vick deu sua opinião, não demonstrando medo diante da situação.
Juliana chamou a atenção. – Mas porque nós fomos chamados ? Qual é o sentido de tudo isso ?
- Talvez planejam algo grande com agente, mas não sei o quê ao certo. Opinou David.
- Confesso que não estou gostando muito disso, antes estava tudo tão real e mágico, mas agora, toda a magia desapareceu. – Mariana estava amedrontada.
Abner olhou para os lados, parecendo estar procurando alguém. – Salem, já sabemos quem é você, e já que não se manifestou antes, por que não se manifesta agora ? Afinal, você sempre sabe o que fazer.
Todos os olhares foram para o Salem.
- Por que eu saberia o que fazer neste momento ? Estou como todos vocês, mas acho melhor agente pensar com muito cuidado, afinal não conhecemos esse bosque.

Jules levantou a mão.
– Acho que alguém deva assumir a liderança.
- Eu voto no Salem.– Disse Ron.
- Mais um querendo jogar tudo pra cima de mim. Retrucou Salem, mal humorado.
- Eu acho que devemos agir em grupo, pelo menos por enquanto, não é a hora certa para alguém liderar. – Opinou Victor.
- Concordo com ele. – Disse Joana.
– Mas o que podemos fazer ?
- Acho que devemos partir, e procurar ajuda, pode ser que more alguém aqui por perto. – Comentou Geisa.
- É verdade. - Concordou Thiago. – Ficar aqui não vai nos ajudar em nada, todos estão de acordo ?
Todos concordaram.
- Acho que devemos tomar muito cuidado, pois não sabemos nada desse bosque. – Sugeriu Junia.
- Eu também acho, para nós estarmos aqui, é porque alguma coisa ruim deve ter acontecido - Glória concordou.
Foi quando todos pensaram. O que teria acontecido para eles serem chamados ?
- Então podemos ir ? – Perguntou Juliana, ansiosa para partir.
Eles teriam partido naquele momento, se não fosse por algo notado.
- Não pode ser ! – Exclamou Felipe.
- O que foi ? – Perguntou Abner ao seu lado.
- Acabo de notar uma coisa. Daniele e Dafne sumiram...
- O quê, mas como ? Não é possível, como ninguém foi perceber ? - Vick começou a ficar assustada.
De repente, o terror voltou.
- Quando elas foram vistas pela última vez ? Alguém faz idéia ? - Joana perguntou.

Ninguém soube responder.
- Pensem positivo. – Salem tentou acalmar a situação. – Elas podem estar bem, agora temos outro objetivo, além de descobrirmos porque estamos aqui. O melhor a se fazer, é seguir o plano, e encontrarmos o Grande Leão.
- Mas não o encontraremos sozinhos, precisamos de um guia. – Observou Amandio. – Talvez encontremos alguém pelo caminho, como disse a colega Geisa.
- Então já devemos partir, vamos para o leste. - Orientou David.
Então todos levantaram-se e partiram em uma nova jornada, naquele lugar nem tão estranho assim, tentando saber o motivo de estarem lá, e encontrar as amigas desaparecidas. A grande e nova aventura que estava por vir, estava mais próxima do que eles imaginavam.

A Casa Encontrada
Depois de um tempo caminhando, alguns estavam cansados, ficando um pouco atrás. Por isso não ouvriaramo que disse o David.
- Ei ! Precisamos pensar... E se isso não for Narnia ?
- Oh my good! O que faremos da vida? Tantos livros pra ler, tantos filmes pra ver... E se estamos... Mortos? - Indaga Richard desesperado
- Como A caverna do dragão ? – Pergunta Vick. – Sobre aquela lenda deles estarem mortos ? Não, eu acho que não.
- Vamos agir logicamente - sugeriu David - Combinamos de nos encontrar, entramos num portal, paramos aqui, veio - nos um Leão, ele desaparece, e duas amigas do nosso grupo também. E se o Leão as devorou ? E se ele não for o nosso Leão ? Aquele que conhecemos.
- Que pensamento estúpido David ! Eu não esperava isso de você. – Respondeu Jules indignada.
- Como um Leão que nos trouxe sensações jamais sentidas antes, poderia fazer isso conosco? Indagou Abner.
- Talvez seja uma armadilha - diz Thiago - Ele nos fez sentir maravilhados e depois some junto com duas do nosso grupo. E nesse exato momento, nós ficamos com sentimentos infelizes! Tá na cara que foi armadilha...
- Esses homens - diz Vick – E por que só elas que sumiram ? Se fosse assim, ele teria devorado todos nós. E por falar em devorar, eu estou morrendo de fome. Alguém tem comida ?
- Ficaram no nosso mundo... – Responde Salem.
Geisa avistou um cogumelo.
- Você pode comer aquele cogumelo.
- Ótima idéia. – Responde a amiga.
- Você nem sabe se tem veneno. – Disse Victor.
- Não tem cara de venenoso. Vou comer.
- Tomara que você tenha problemas intestinais. – Diz Salem negativo.
- Obrigado por se preocupar com a minha saúde. – Vick responde enquanto come o cogumelo.
- Parem de brigar ! Isso não resolve nada. – Advertiu Victor.
- Gente, olhem só aquilo. – Abner apontou para uma casinha, que aparentava ser de um animal. – Deve ter alguém lá neste momento.
- Então vamos lá. Pode ser alguém legal. – Afirmou David.
Salem olhou para trás para avisar sobre a casa encontrada, e teria feito isso, se não fosse pelo acontecido.
- Cadê o resto do grupo ? Já não bastam as duas desaparecidas, e agora a metade também.
Todos se viraram.
- Santo Deus, o que está acontecendo ? – Perguntou Geisa indignada.
- Eles podem ter se perdido. – Richard sugeriu.
- Isso é impossível, eles estavam um pouco atrás de nós. Alguma outra coisa aconteceu. E não é nada boa. – Opinou Thiago.
- Não sei não. Esse lugar é bem sinistro, mas também é fácil de se perder. O Richard pode estar certo. – Geisa concordou com o garoto.
- Não, isso não pode estar certo, primeiro desaparecem a Daniele e Dafne, e agora a metade de nós. – Discordou Abner.
- Não podemos fazer nada... – Começou Salem. – O melhor a fazer é ir até aquela casa, não está longe, e lá podemos pensar melhor do que aqui.
- É verdade. – Concordou Victor. - E além do mais, eles já não devem estar por perto.
Mas um problema surgiu diante deles, mas não poderiam fazer nada, o melhor a se fazer naquela situação, já havia sido feito.

Começam as Explicações
Jules bateu na porta. – Tem alguém em casa ?
A porta se abriu, e de lá saiu um tamanduá.
- Oh filhos de Adão e filhas de Eva, que honra ser eu a recebe-los. Entrem por favor.
- Todos se entreolhavam enquanto entravam na casa.
- Como ele sabe de nós ? - David sussurrou.
Era uma casa muito bonita, e um pouco pequena também, mas é claro, pertencia a um animal falante.
- Sentem-se por favor.
Todos perguntaram de uma vez.
- Qual é o seu nome ?
- Como sabe de nós ?
- Tem comida ?
- Por que fomos chamados ?
O tamanduá parecia espantado com todas aquelas perguntas ao mesmo tempo.
- Eu me chamo Bico-Largo, neste momento todos sabem de vocês. As notícias são que Aslam os chamou.
- Viram só ? – Começou Vick. - Eu sabia que era ele.
- Eu tenho sardinhas, batatas, e suco de casca de abacaxi com hortelã. Vou pegar para vocês, devem estar com fome.
- E a pergunta que não quer calar, que bicho ele é ? – Perguntou Salem, num tom baixo.
- Que pergunta Salem, ele é um tamanduá. – Respondeu Victor.
- Não é ! Eu reconheceria um tamanduá se ele fosse.
- Deixa disso Salem. Ele é um autentico representante dos Myrmecophagidae. – Disse Thiago.
- Não é um tamanduá. É um bicho narigudo qualquer. – Continuou Salem.

Enquanto isso, Bico-Largo vinha trazendo a comida.
- Comam, meus jovens. Vão precisar, porque não demoraremos para partir.
- O senhor não nos respondeu, por que nós fomos chamados ? – Perguntou Abner.
- Porque nós narnianos, precisamos de ajuda.
- E que tipo de ajuda ? – Thiago quis saber.
- Um mal chegou à Nárnia.
- E por que acha que podemos ajudar ? – Geisa perguntou.
- Se Aslam os chamou, é porque acredita em todos os nove.
- Na verdade, somos muito mais. Perdemos mais ou menos a metade, e não sabemos o que aconteceu à eles. – Disse David tristemente.
- Acho que eles estão bem, rezem para que o mal não os tenha pegado.
Todos haviam terminado a refeição.
- Conte-nos mais sobre esse mal. – Pediu Richard – E para onde iremos ?
- Vamos nos juntar ao exército, mas não tenho muito tempo para falar sobre o mal, por hora basta vocês saberem que é uma feiticeira, faz um tempo que ela chegou à Narnia, não sei muito sobre suas origens, se não me engano, ela usa magia negra. E fez os humanos de Narnia sumirem.
- Ela fez isso sozinha ? – Perguntou Victor.
- Bom... Não sei, mas ela tem aliados.
- E quanto ao rei ?
- Não sabemos bem o que aconteceu a ele e parte de seu exército. Tudo o que sabemos é que sumiram e não foram mais vistos, no dia em que foram enfrenta-la. O rei é teimoso, e graças a isso, ainda nos resta uma parte dos guerreiros, ele só levou os humanos. Agora devemos partir.

Eles se levantaram, e saíram da casa. No gramado, notaram que animais e outras criaturas como faunos, centauros e satiros aproximavam-se diante deles.
- Então são essas as crianças ? – Perguntou uma rapoza.
- Não me parecem tão fortes assim. – Afirmou uma onça.
- Se Aslam as chamou, então nos ajudarão. E eu vejo potencial em seus olhos. A paz retornará a Nárnia. – Disse o mais jovem centauro.
- Eu concordo com o Casco-Forte, eles nos ajudarão. – Concordou a rapoza.
- Se vocês dizem. – Começou David. – Mas nós nem ao menos sabemos lutar.
- Isso não será problema, terão tempo para aprenderem, eu ficarei honrado em lhes ensinar. – Confessou Casco-Forte.
- Vamos agora! – Começou Bico-Largo.- Devemos encontrar o resto de nosso exército!

A Jornada Começa
Estavam todos, os que sobraram, junto de Bico-Largo e os outros seres caminhando em direção ao Leste. Pois como todo narniano sabe, é de lá que vem o socorro.
Até então passavam por uma grama bem verde e rasteira, poucas árvores. Avistaram a frente, bem longe, nuvem carregadas se aproximando. Alguns narnianos estranharam, pois não era ainda a estação das chuvas, que viriam normalmente dali a 3 meses.
Não foi de se admirar que continuaram com passadas mais vagarosas, temendo a enxurrada que viria seguir.
Mais a frente viram uma entrada para um bosque. Um tempo mais caminhando e notaram ser bem fechado e de árvores enormes.
- Entramos Aqui. - disse Aquirius, o centauro.
- O quê? - indagou Geisa pavorosa.
- Eu não entro aí de jeito nenhum! - acrescentou Vick. - Uma tempestade está por vir e…
Parou de e falar, pois acabara de cair uma gota na ponta do seu nariz. Dali a pouco, mais uma no seu rosto, e outra, e mais uma, até que todos já estavam enchercados.
- Não temos escolha. - Disse Richard. - Parados é que não podemos ficar.
Terminado as palavras de Richard, todos entraram.
Por um momento sentiram-se um pouco mais aliviados, pois as árvores os cobriam da chuva. Continuariam assim, se não fosse um raio acertar uma árvore e a mesma tombar na frente deles.
Ouviram-se alguns gritos, de meninas, claro.
Se não bastasse tudo isso, começaram a ouvir barulhos em meio as árvores.
Arquirius e seus servos logo puxaram as enormes espadas, não sabendo para onde apontar, pois o barulho parecia vir de todos os lados ao mesmo tempo
o grupo todo se juntou com medo. Mesmo Salem que talvez numa situação dessa estaria rindo, se juntou, pois a combinação de tempestade, raios e barulhos não lhe agradava.
o barulho estava mais alto, dando a sensação de que estava mais perto também
Cada vez mais alto, e mais alto, até que algo agarra no braço de Richard e ele não conseguiu segurar um gritinho fino e agudo:
- Aaaaaaaiiii…
Isso seria motivo de muitas risadas, se não estivessem vendo agora, afoitas, preocupadas, e ao mesmo tempo alegres, Dafne e Daniele.
Pareciam duas fantasmas com os olhos arregalados. Todos ao mesmo tempo perguntaram:
- Onde estavam vocês?
Seguido de outras como:
- O que aconteceu?
- Estão bem?
- Como vieram parar aqui?

Algumas Confusões
Depois de um burburinho, Daniele, ex-desaparecida, fala:
- Até que enfim, os encontramos. Estávamos procurando vocês por mais de 4 horas.
- Pelo que eu saiba, era nós que estávamos procurando vocês - Falou Vick, com um certo tom de superioridade.
Dafne explicou:
- Pessoal, vocês não tem noção do que nos aconteceu. - Com uma voz já um pouco roca afetada pela chuva.
- Conte-nos então. - Falou Salem. - Estavam passeando?
Depois de uma olhada séria de Dafne para Salem que ele nunca mais esqueceu, continuou:
- Estávamos eu e Daniele, um pouco mais atrás conversando, quando uma voz nos chamou pelo nome. Era a voz mais doce e meiga que ouvi na minha vida.
- Era mesmo, era mesmo - interrompeu Daniele.
Dafne continuou:
- No ínicio ficamos assustadas, até a voz nos chamar novamente.
Paramos enquanto vocês continuaram a caminhar. Mas até então não sabiamos de onde viria a voz e nem de quem a pertencia. Até que pela terceira e última vez chamou, e com ela, duas conclusões:
Primeiro de que a voz viria de trás de uns arbustos ao lado mas não tão perto, e segundo de que a mesma voz que nos chamou era a que ouvimos logo que a árvore se abriu no parque de Porto Alegre.
Fomos em direção aos arbustos. e sabem o que encontramos lá?
o próprio Leão, em carne, ossos e dentes! Aslam!
- Para, para, para tudo! - Exclamou Richard.
E como se descobrisse o que Richard continuaria a falar, Victor interrompeu:
- Quer dizer que não foi Feiticeira coisa nenhuma?
- Feiticeira? - Falou Daniele Confusa. - Que Feiticeira?
- A Feiticeira, que rapta humanos de Nárnia! - Continuou Victor.
- Ei?! E onde estão os outros? - Falou Daniele.
- É o que queremos saber também. - Disse Abner.
- Então deixa eu entender. - Disse Salem, fazendo todos olharem para ele. - Duas de nosso grupo desaparecem, depois, mais metade. Sabendo que a Feiticeira faz desaparecer pessoas e as duas encontraram um leão, presume-se que o leão é a Feiticeira.
- Eu já falei sobre isso. Serei fiel a Aslam até a morte. - Disse Abner.
- Não, não, não… Vocês não entederam nada. - Tentou continuar Dafne. - O Leão que encontramos é o próprio Aslam! ele nos deu os sinais sobre a tarefa que teremos de fazer.

O Grito e o Plano
- Tarefa ? – perguntou David. – Mas a nossa tarefa é ajudar o exército.
- Aslam nos disse - continuou Dafne. – Que precisávamos encontrar o rei desaparecido. Mas não sabemos o motivo. É o que sabemos.
- Como vocês me disseram – Começou Bico-Largo – Existem mais de vocês por aqui. Não teria sido dada a eles essa tarefa ? Já que vocês se desencontraram por acaso ?
- Como uma mudança de planos ? Pode ter razão, mas é apenas uma hipótese, eles podem estar perdidos mesmo. – Disse Thiago.
- Por Aslam, não diga uma coisa dessas. Espero que todos estejam bem. Disse Geisa esperançosa.
- Então o que estamos esperando ? – Perguntou Daniele – Vamos procurar o tal do rei.
- Mas é que nós devemos ir até o exército. – Disse Abner. – Não deveríamos pensar quando chegarmos ?
isso não faz sentido, algo mais aconteceu ? – Victor perguntava. – É que parece que vocês foram anestesiadas, sem ofensas.
- Agora que você falou – Começou Daniele. – Me sinto meio estranha mesmo. E nós vimos alguma coisa, ela parecia estar nos trazendo até aqui, era uma coisa azul.
- Sim – Dafne concordava - Não sabemos o que era, eu lembro de ser uma coisa muito bonita, embora fosse sinistra. E pouco antes, nós esbarramos com um fauno que segurava um guarda-chuva e alguns presentes na mão. Mas isso não vem ao caso.
- Azul ? Pelo o que eu sei, a bruxa, ou feiticeira, ou seja lá o que essa ameaça for, tem alguma coisa de azul, mas peço perdão por não lembrar. – Disse Aquirius, um dos centauros, que por sinal, não se manifestava há um tempo.
- Feiticeira Branca, Verde e agora Azul – Pensou Salem.

- Então acha que ela fez isso para as duas nos desencontrarem ? – Jules perguntou.
- Só que nos encontraram – Dizia David – E por que ela não as matou ?
- Talvez elas não representassem ameaça, pelo menos não naquele momento. – Opinou Richard.
- Mas ainda assim não faz sentido, essa feiticeira deve ser muito inteligente, saberia que as duas poderiam representar ameaça futuramente. Disse Abner.
- Então é o que ? Por acaso acha que ela gosta de humanos ?
- Isso está muito mais estranho que Alice no país das maravilhas. – Comparou Salem. - Mas devemos pensar depois, temos que chegar ao exército após o término da chuva.
- E onde fica esse tal exército ? – Perguntou Dafne. – Cair Paravel ?
- Cair Paravel foi destruída. - Disse Bico-Largo. – Mas isso foi antes da feiticeira, é uma outra história. Mas é claro, outro castelo foi construído e... – Ele foi interrompido por um grito de Richard.
- Aaaaaaaaiiiiiii! – Alguma coisa espetara o menino, mas era apenas um pedaço de madeira que estava no chão.
Desta vez todos riram.
- Que droga - murmurou o garoto.
Todos olharam para fora. O sol começara a aparecer, então eles sairam para procurar os outros animais.
Quando Richard passou pelos tigres, um filhote começou a rir dele. O rapaz ficou um pouco vermelho, era a segunda vez que gritara como uma menina na frente dos amigos.
Passaram-se horas desde que eles voltaram a caminhar, a noite ia chegando aos poucos, foi quando todos pararam.
Sentaram-se em volta de uma fogueira que Thiago acendera, e comeram suas refeições.

- Continuaremos amanhã. Agora devemos dormir. – Dizia Aquirius, o centauro mais velho. – Eu e Casco-Forte ficaremos com vocês.
Todos desejaram boa noite uns aos outros, mas ninguém estava muito afim de dormir.
Richard cantava uma das canções de Sweeney Todd.
- Não estrague a música Richard. – Disse Salem, cortando o barato do garoto.
Jules, David e Thiago conversavam, ao mesmo tempo que Dafne, Daniele e Geisa também.
- Que noite mais Dark. – Disse Victor admirando aquela noite.
- Digna do Burton. – Disse Salem.
- Será que vocês só sabem falar dele ? – Abner perguntou indignado.
- A inveja é uma coisa tão feia... – Salem disse como se não ligasse para a opinião do amigo.
- Eu me pergunto... – Começou Vick. – Se eles estão bem.
Todos fizeram silencio, e nada mais disseram naquela noite.

O Primeiro Acampamento
Era manhã, e Salem colocava sua roupa depois de um banho no rio.
As meninas fizeram um café da manhã que teve direito a uma coisa que todos gostavam: maçã, maçã e maçã.
- Bela idéia - disse Abner - dos Pevensies de plantarem maçã.
- Estamos em Cair Paravel? - perguntou Victor.
- Não. Mas com certeza existiam mais maçãs em Narnia - disse Salem. - lol.
- lol - disse Dafne.
- lol - disse Bico-Largo.
Um tigre branco aproximou-se de Bico-Largo.
- Consegue entender essas crianças ? – Perguntou o centauro.
- Na verdade não. Eles dizem umas coisas tão estranhas...
- Devemos continuar andando. – Disse Juliana.
- Quanto tempo ainda falta ? – David perguntou ao tigre branco.
- Não estamos longe. Logo chegaremos. – Respondeu o tigre.
- Acho bom. – Retrucou Salem.
O calor estava horrível, prejudicava a maioria na hora de caminhar, muito tempo havia se passado, e eles nunca chegavam.
- Pensei que não demoraríamos a chegar. – Sussurrou Vick no ouvido de Dafne.
- Não gaste suas energias com falas, nós precisamos caminhar. – Respondeu a amiga.
- Eu acho que vou derreter. – Geisa reclamou do calor.
- Estamos chegando. – Disse Bico-Largo apontando para um acampamento pouco distante.
- A propósito – Começou Victor – Como se chama o rei ?

Mais Problemas?
Bico-Largo então começou:
- Bom, acho que não devo somente dizer-lhe o nome para você meu jovem, mas a história que está ligada a ele. - Era estranho e até engraçado um animal com um pouco mais da metade do seu tamanho, lhe dirigindo assim, mas Victor deixou-lhe prosseguir.
- Sim, continue.
- Há 2 anos atrás, - Pausou e baixou a cabeça. - Perdemos nosso legítimo rei, Rei Bartian.
- Lindo nome. - Observou Victor. - Mas depois ficou um pouco sem jeito, pois sabia que o elogio não era apropriado para aquele momento.
Suspirou e continuou:
- Depois da Era de Ouro, creio eu, que Nárnia estava em uma de suas melhores épocas com o Rei Bartain, mas os últimos dois anos com ele, foram um pouco difíceis. Calormânia estava nos atacando fortemente, muitos dos nossos morreram, o rei então, achou que só acabaria com tudo se fosse ele mesmo derrotar o rei da Calormânia, Ahmed, numa missão secreta indo ao Palácio dele. O que posso dizer é que, o querido rei foi traído por um dos nossos, pois quando chegaram lá já estavam todos do exército da Calormânia prontos para pegarem nosso rei. Nunca se soube o que realmente aconteceu ao rei. Só sabemos que depois, foi de mal a pior. Ahmed invadiu Nárnia e estamos sobre o comando dele até hoje. Ele chama o reino da Calormânia e Nárnia de Calormânia Reunificada. Mas nós, legítimos narnianos, sempre a chamaremos de Nárnia, pois foi o próprio filho do Imperador de Além Mar que deu a essa bendita terra, esse nome, e...
- O q-q-quê? - gaguejou Salem - Agora temos dois problemas?
- Uuuhh! - suspirou Abner - Nárnia nunca teve problema tão grande, teremos muito trabalho a fazer.
- Não meus jovens, não me deixaram nem molhar o "bico". A notícia bombástica vem agora. Pois fiquem sabendo que Ahmed e a Feiticeira Azul são a mesma pessoa.

O Segundo Acampamento
Todos ficaram impressionados. Mas não paravam de caminhar, o acampamento já não parecia distante.
- Quê ? Como é ? – Perguntou David.
- Então ela é um travesti ? – Pensou Salem.
- Mas o que ela é ? Ela além de tudo pode se transformar em outras pessoas ? – Perguntou Geisa.
- Eu não vejo problema. Já que ela é uma feiticeira, embora seja estranho. – Afirmou Thiago.
- Mas ela nem sempre foi o rei, não é ? – Perguntou Jules. Depois ela percebeu como a prgunta soou estranha.
- Acredito cegamente que não. Afinal isso é impossível. – Disse Bico-Largo.
- Então ela matou o rei calormano para poder conquistar os territórios ? E fez os calormanos a enxergarem como o rei ? – Perguntou Richard.
- Sim, provavelmente. Mas a essa altura, eles já devem saber quem ela é. E como eu havia dito, eu não sei muito sobre ela , aliás, não sei quase nada. – Afirmou ele.
Abner olhou para Aquirius, o centauro mais velho.
- Você também não sabe ?
- Sinto muito. Mas o que sei não é diferente do que sabe o Bico-Largo. – Respondeu o centauro.
Vick mudou o assunto.
- E Aslam ? Onde estará ele ?
- Acredito, que ele esteja fazendo algo importante. – Respondeu Dafne.
- Assim espero. Disse Daniele.
Richard olhou para frente.
- Finalmente chegamos.
Haviam muitas cabanas vermelhas, ou até poucas para um exército. Todos estavam do lado de fora, observando os jovens que chegavam com os outros.

- Nossa. Todos eles nos olhando. Eu to me achando. – Afirmou Dafne.
Eles se aproximaram do exército. Um fauno aproximou-se deles.
- Sejam bem vindos, filhos de Adão e filhas de Eva. Todos estão bem ? Embora eu saiba que vieram em boa companhia.
- Não muito senhor. Metade de nosso grupo desapareceu misteriosamente, e não sabemos muito bem o que aconteceu com eles. Tomara que Aslam os tenha encontrado. – Disse David.
- Assim espero, meu jovem. Assim espero. – Disse o fauno com sinceridade.
- Com licença – Pediu Victor – Mas já que o rei está ausente, quem está no comando ?
- Na verdade, não tomamos muita iniciativa, e isso nos envergonha. Esperamos que vocês nos ajudem, afinal Aslam os chamou.
- Todos acham isso, mas como disseram antes, não sabemos lutar. – Disse Salem.
- E como eu também havia dito, iremos ensina-los. – Disse Casco-Forte atrás deles. – E acho que já é hora para isso.
- Relaxa Casco-Forte. Você terá tempo de sobra, e eles estão cansados. – Disse o tigre branco.
- E com fome também. Disse Vick esfomeada.
Na verdade, Vick não era a unica com fome, todos queriam comer e repor as energias.
Com tempo passado, logo eles fizeram amizades, e descobriram que o nome do fauno era Turius. Finalmente eles tiveram pelo menos um pouco de divertimento, desde que chegaram.
Mas já era hora de começarem a resolver as coisas.

Aprendendo a Lutar
- Então chegou a hora de nós ensina-los a lutar. – Disse Casco-Forte.
- Até as garotas ? – Perguntou Abner num tom machista.
- E por que não ? – Perguntou Geisa.
- Eu só acho que batalhas são coisas perigosas. – Respondeu ele.
- Mas nós podemos ficar na retaguarda, atirando flechas, já que vocês são tão machistas. – Disse Dafne. - Mas eu irei pra cima.
- Nós não. – Começou Richard - O Abner é, mas é meio estranho ver vocês em batalha.
- Homens conseguem ser tão estupidos. – Disse Jules.
- Por mim tanto faz. – Afirmou Thiago indiferente.
- Ele tem razão. – Concordou David. – Contanto que agente comece a treinar logo.
- Então aqueles que quiserem aprender nos sigam. – Disse Aquirius.
Todos foram, afinal todos queriam aprender a lutar. Chegaram em um gramado macio, bem equipado para treinamento. Com bonecos para lutar, e alvos para atirar.
Os garotos começaram com espadas, e as garotas com arcos.
- Por acaso teriam uma foice ? – Perguntou Salem. – É que eu me lido melhor com elas.
- Foice ? – Acho que sim. Irei providenciar. – Disse Casco-Forte indo atrás de uma foice.

- Muito bem. – Começou Aquirius – Meninas acompanhem as arqueiras. Turius também as ajudará. Meninos fiquem aqui.
As meninas seguiram Turius e as arqueiras.
- Agora – Continuou o centauro – O primeiro passo é formarem duplas.
Abner fez dupla com Victor.
David fez com Thiago.
E Salem com Richard.
Casco-Forte vinha trazendo a foice para salem.
- Aqui está.
- Obrigado. – Agradeceu Salem.
- Podemos começar. E em seguida usaremos os bonecos. – Disse Aquirius.
Passara um tempo, e todos estavam adorando. Era difícil para Salem ter que treinar com Richard, porque o garoto ficara com uma espada menor, e a foice de Salem era grande.
- Agora usaremos os bonecos. – Disse Casco-Forte.
Victor olhou para as meninas e viu Dafne acertando o centro de um alvo.
Aquirius apontara os pontos vitais nos bonecos.
- Em uma batalha, preocupem-se mais nesses pontos. Assim derrotarão o inimigo mais rápido.
Depois de muito tempo, os meninos trocaram de atividade com as meninas.
- Finalmente usaremos as espadas. – Disse Daniele – Embora eu tenha gostado de usar o arco.
Após terminarem, eles voltaram ao acampamento para descansar.
Eles comeram uma fruta deliciosa, uma fruta que nunca ouviram falar.

Espiões ?
- Adorei essa fruta. Qual é o nome dela ? – Perguntou Vick.
- Coratu. – Respondeu Turius. – Existem muitas dessas.
- Quem são os aliados da feiticeira ? – Perguntou Thiago.
- Além dos calormanos, ela ganhou a confiança de criaturas não vistas a muito tempo. Algumas das espécies ajudaram uma outra feiticeira, mas isso faz muito tempo. – Disse Aquirius.
- Sabem o nome dela ? – David perguntou.
- Saphiris – Respondeu Turius. – Mas ela é chamada por vários nomes, como Bruxa Azul, Feiticeira Safira, entre outros.
- E por que Azul ? – Perguntou Geisa.
- Porque não é Rosa. - Respondeu Salem sarcasticamente.
- Acho que por seus olhos. São lindos olhos azuis, os mais bonitos que já vi. E não são apenas os olhos, mesmo sendo uma bruxa, ou feiticeira, ela possui uma grande beleza.
- E quais são os planos dela ? Apenas ser rainha ? E de onde ela veio ? – Perguntou Victor.
- Não, sabemos muito bem que não. O que ela planeja envolve todos os...
Ele foi interrompido pelo som de uma trompa.
Todos saíram da cabana em que estavam para saber o que estava se passando. Um sátiro acompanhado de um fauno e um minotauro, soprava uma trompa, trazendo todos à sua volta.
- O que se passa ? – Perguntou Aquirius – Por que motivo nos chamou ?
- Pegamos um grupo, poderiam estar nos espionando, mas é que....
- Pegaram todos ? Nenhum escapou ? – Interrompeu Turius.
- Acho que não. Parece que pegamos todos. - respondeu o sátiro.
- Onde eles estão ?
O sátiro apontou para uma grande cabana.
- Aprisionamos ali.
- Certo. Vamos interroga-los agora. – Disse Aquirius.

Encontros e presentes
Aquirius dirigiu-se à cabana - preciso dizer que todos os outros, por curiosidade, também o seguiram. Lá dentro a cena foi a seguinte: estavam todos sentados, cada um erolado pela cintura por uma corda. um desses que estava sentado, assim que viu os que entrava, levantou-se de um pulo e correu em direção a eles, Turius leventou a espada pronto pra revidar o ataque, mas foi empurrado pro lado por Junia que pulou em cima de David dando beijos e abraços.
- Amor, que bom que está tudo bem com você! o que aconteceu?
Salem foi o segundo a cair em cima de outro:
- lol. Gostoso!
- Hei! sai pra lá!
- Também senti sua falta! :D
- Mar! tá tudo bem com você? - disse Ro dando um abraço mais apertado que as cordas que prendiam Marcelo.
- Junia, dá pra parar com isso? - disse Joana em um tom de censura, que fez Junia largar David - tem crianças no recinto...
- Vocês os conhece? - perguntou Turios se levantando.
- Lógico! são nossos amigos que tinham se perdido. Falou Geisa ajudando Ju a se levantar e começando a tentardesamarrar as cordas.
- Todos pra trás! disse Aquirius desembanhando a espada, todos obedeceram sem hesitar - Um ser de dois metros de altura metade homen e metade cavalo portando uma longa espada afiada não parecia ser o tipo de sugeito a ser ignorado ou desobedecido.
- O que foi Aquirius? - perguntou Casco-Forte confuso. - A garota já disse que são amigos.
- Como podem ter certeza? já faz dias que estão sepadados, como sabem se a Feiticeira não os enfeitiçou? e se fossem amigos porque estavam se escondendo?
- Bom... pensando assim até que você pode estar certo... mas eu acabei de analisar o David a fundo e não notei nada de errado. - Junia conhecia o noivo muito bem pra fazer uma afirmação assim.
- Expliquem onde estavam! - ordenou Aquirius aos amarrados.
Todos começaram a falar de uma vez tentando se explicar
- Silêncio! - brandou o centauro, todos obedeceram - Você - apontando para Glória - você parece ter a cabeça no lugar, então diga você.

- Bom... - começou Gloria um pouco sem jeito - estavamos na floresta quando vimos que Daniele e Dafne haviam desaparecido, começamos a procurar e tivemos o pressentimento de tê-las visto, e fomos atrás delas e derrepente percebemos que estava faltando metade do grupo... não havia sinal nem de Dafne e Daniele e agora estava faltando metade do grupo, chamamos por eles mas nem sinal, ficamos com um pouco de medo, mas logo decidimos ir pra leste, pois sabiamos que era pra onde eles iriam... além do mais é sempre do Oriente que vem ajuda...
- E se estavam indo pro mesmo rumo que eles porque não os encontraram?
- Não sei... talvez estávamos muito atrás... tivemos que parar de 10 em 10 minutos porque "a natureza" estava chamando a Ju... - Ninguém percebeu, mas Juliana ficou um pouco corada quando Glória disse isso, não se sentia bem com os outros pensando nela "marcando territótrio" em cada árvore de Nárnia. - Além te termos de esperá-la a toda hora porque ela sempre ficava pra trás reclamando de dor nas pernas e na coluna... - Juliana corou ainda mais, sentiu-se como um peso morto , um empecilho para os outros, ela não sabia o que tinha acontecido com ela, sempre fora firme e forte mas ultimamente estava indisposta...
- E por que estavam escondidos?
- ...não sabiamos se era seguro... não conhecemos aqui direito... antes só haviamos lido coisas sobre Nárnia, derrepente tudo o que imaginávamos se tornou realidade... só estamos aqui a três dias, não sabemos se vocês são amigos ou inimigos, não sabemos se é tudo igual como está nos livros...
os narnianos que ali se encontravam ficaram um pouco intrigados: no mundo dos Filhos de Adão e Filhas de Eva, só se sabia de Nárnia por livros? será que lá há animais falantes, centauros e faunos... existiria alguma criatura que não existia ali? Aslam também reina lá? mesmo com muito curiosidade nenhum fez perguntas, talvez porque os Humanos tinham certo conhecimento sobre Nárnia enquanto eles nem sabiam direito de onde os Humanos vinham, não queriam demonstrar a falta de conhecimento e acabar parecendo ignorantes.
- Libertem eles - então todos sorriram, estavam juntos novamente.
- Estão com fome? - perguntou Bico-Largo aos recem chegados do acampamento.
- Eu gostaria de comida sim, contando que não seja maçãs... já estou farto delas. - disse Marcelo enquanto saia da cabana abraçado por Rodolpho atrás de de da barulhera que era os outros se comprimentando e perguntando detalhes do que havia acontecido. É incrível como pessoas que mal se conhecem podem, derrepente, ter um laço sentimental tão forte....

Fora estendido um grande pano no gramado e sobre ele havia diversas guloseimas, ovos com torradas, bolos cobertos por calda de açucar, diversas frutas uma mais saborosa que a outra, algumas das quais eles nunca haviam ouvido falar e das quais duvidavam haver na Terra, havia até uma fruta que era muito macia com muito caldo e mesmo nenhum deles ter experimentado dela antes tinham a sensação dela ser familiar.

Logo que começaram a comer foram interrompidos por algumas anãs e faunos que os trouxeram autenticas roupas narnianas. Algumas tiveram que sofrer alguns ajustes, mas foi coisa de 10 minutos e logo todos estavam comentando como elas eram confortáveis e, as meninas, trocando elogios sobre como as roupas lhes caiam bem e como elas realçavam os olhos ou os cabelos.

Retornaram para a refeição ao ar livre, onde comeram e comeram se deliciando a cada mordida, não era fome, mas porque sabiam que aquela poderia ser uma chavce única, talvez não se repetisse, e também sabiam que em nenhum outro lugar existiria comida tão saborosa nem na Terra, nem em outro universo...

Após se fartarem, se esparramaram pela grama, era como uma tarde de sábado: um sol morno, uma brisa refrescante, apenas o barulho do vento nas árvores e, à sombra das árvores, pela primeira vez em que estavam ali, puderam descançar por completo, esqueceram que uma guerra estava pra acontecer, apenas se lembraram que estavam em Nárnia, que aquilo ali era real, era o ar de Nárnia, era a grama de Nárnia, era a comida de Nárnia, era real, era Nárnia...

Quando criança, sempre entrei no meu guarda-roupa esperando chegar aqui, nunca tive sucesso, mas nunca parei de entrar lá dentro, sempre acreditando que um dia eu estenderia minhas mãos e não encontraria o fundo de madeira... quando cresci não entrei mais no guarda-roupa... mas nunca perdi a esperança de um dia, de alguma forma, mágicamente, chegar aonde todos pensavam apenas ser uma estórinha pra crianças... enquanto Ju dizia isso a mais bela borboleta que já se tivera noticias pousou em sua mão, que estava parada sobre a grama, então ela esqueceu as dores que sentia nas costas e pernas.
- Já viajei pra várias partes do mundo, mas nenhuma é tão bonita como aqui... - disse Dafne enquanto olhava o horizonte - nenhum céu é tão azul...
- Como vai ser daqui pra frente? - perguntou Tiago - Como vai ser agora que sabemos que é real?
- Acho que, quando contarmos aos outros, dirão que somos loucos - disse Daniele - mas eu não estarei nem ai...
- "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a musica." - falou Ju, ainda adnirando a borboleta que abria e fechava as asas lentamente em sua mão.
- Borboletas de Nárnia também falam? - perguntou Zeh
- Borboleta tem boca? - perguntou Abner
- Qual seu nome? - tentou Ju. Uma voz doce e suave respondeu "Luisa", e a Borboleta saiu voando.
- Eu ainda não vi um grifo por aqui, será que um deixaria eu dar uma volta em cima dele? - perguntou Felipe esperançoso - deve ser muito tramposo voar naquele bicho! shuahsuahsuhauhsuha.
- Será que ainda iremos danças com os sátiros os faunos e as driades no Gramado da Dança? - perguntou Abner - Eu não sei dançar, mas queria, ao menos, poder ver...
- Ah! eu queria comer um pouco de Manjar Turco...
- Richad, se isso foi uma piada, a dos tomatinhos atravessando a rua é melhor... - disse Salem.

Só falta o Richad encontrar e aceitar qualquer coisa de uma mulher de azul ai... - disse Abner acreditando que Riach seria capaz mesmo disso. E ao terminar essa frase fez todos lembrarem o porque estavam ali e que esse motivo não os deixariam fazer o que tanto queriam fazer.

Devia ser cerca cinco horas da tarde quando Casco-Forte veio e lhes disse para voltarem ao treinamento. Antes Juliana deu uma escapada para ir "regar algum arbusto". O grupo que tinha chegado ao acampamento primeiro já tinha certa intimidade com as armas e deveriam ajudar os outros que chegaram por último, enquanto outros guerreinos narnianos os ia acompanhando, dando instruções, corrigindo alguns movimentos e posições. Daniele, que depois de dias na floresta havia ficado bem mal humorada, e parecia relaxar dando espadadas pra todos os lados, e ela se saia bem nisso e causou inveja em muitos por ser a melhor em manusear a espada, até os guerreinos narnianos se supreenderam com a habilidade da garota, com menos de três horas de treino parecia que treinava desde criança. Outro que mostrou destreza com a espada foi Felipe, fazia movimentos que nem os narnianos conheciam, sempre dizendo "Aprendi isso no video game!". Dafne, por mais aplicada, não havia apresentado muita evolução com a espada, até porque ela parava a cada minuto pra contar uma estória sobre origem das espadas e coisas do tipo, e usava palavras em outras linguas que deixavam tanto os humanos quantos as criaturas de Nárnia com cara de interrogação,no arco ela se saiu muito bem, tendo uma ótima mira mas sempre com alguém avisando pra ela puxar a corda com mais força ou a flecha não iria muito longe. David e Junia que era parceiros no treino também não tiveram muito sucesso, o rapaz tinha medo de machucá-la e a moça não tinha força pra empunhar a espada, tendo que se separar, ela indo pro arco e tendo o mesmo problema com a força ao puxar a corda do arco, David apresentou rápido avanço com a espada achando aquilo tudo muito legal.

Já era tarde quando pararam o treino, já estavam cansados, e logo depois de uma refeição de vasta variedade de frutas foram dormir. Os dormitórios eram cabanas com redes não parecia nem um pouco confortáveis, mas se surpreenderam quando acharam aquilo bem aconchegante - cairam no sono sem demora.

Dandara acordou assustada com barulho de sinetas.
- Jules, Joana acordem!
As três estavam sairam da cabana olhando com cuidado e viu que os outros tamém estavam acordando, logo todos estavam se reunindo cuidadosamente, se perguntando que barulho era aquele e de onde vinha, aparentemente os narnianos não o escutaram pois nenhum acordou. O barulhos das sinetas aumentou e quando todos perceberam que vinha de trás e olharam viram várias renas presas por cintos de couro cheio de sinos puxando um trenó, as rédias eram seguradas por um velho de cabelos e barba brancos e compridos, vestindo um sobretudo vermelho da cor do azevinho.
- Ah ta bom! nem inverno é! - falou Zeh incrédulo. Já estavam todos sorrindo anciosos pelos presentes.
- Que tipo de arma ele vai nos dar? - perguntou Salem ancioso
- E quem disse que vai ser armas? - retrucou Mar
- Eu queria um ursinho. - falou Richad
- Vocês sabem como é esse Papai-Noel...

-Não é Natal - começou o velho - mas há necessidade de presenteá-los com as ferramentas que farão com que Narnia possa ter outros Natais. - dizendo isso puxou um grande saco de couro do qual começou a tirar espadas e arcos. As espadas eram de um metal prata, talvez fosse mesmo prata, porem não pesava tanto quanto prata, na bainha tinha o desenho de um Leão em alto-relevo em dourado, era bem afiada e leve, foi entregue uma a cada um dos Filhos de Adão e Filhas de Eva, assim como foi entregue a cada um, um arco de uma madeira branca, que talvez nem fosse madeira, naquele momento não sabiam dizer ao certo, também era muito leve e a corda não era corda e sim um fio prata extremamente fino. Estavam encantados com a beleza daqueas armas. Sem mais o velho subiu no trenó, pegou as rédeas e quando ia fazer o movimento para as renas avançarem foi interrompido por Juliana:
- Com licença senhor, eu não irei ganhar nada?
todos olharam pra moça que não apresentava nem um arco nemuma espada. Ju se sentiu muito envergonhada e constrangida, já se sentia uma pedra pro grupo, agora era excluida pelo velho.
A reposta que o velho deu a ela, ela não pode compreender por muito tempo:
- Seu presente já foi te dado, não por mim, mas pelo próprio Aslam! - dizendo isso partiu.
Apartir dai ninguém olhou com pensamentos negativos para Ju, se o próprio Aslam lhe havia dado alguma coisa é porque ela era muito importante e não devia ser subestimada.
Eles sabiam do perigo que iam enfrentar, mas não estavam com medo o sol que nascia enchi seus corações de coragem pra enfrentar o futuro...

Um Melhor Empenho e o Número de Soldados
Ninguém quis tocar no assunto do presente da Juliana. Nem a própria sabia ao certo o que era.
Só o que todos sabiam, e até ela, é que só podia ser algo especial. Um presente que marcaria a sua vida para sempre.
Mas ninguém queria fazer comentários sobre as armas na sua frente. A pobre garota queria tanto receber uma.
- Bem... – Começou Vick – Podemos voltar a comer ?
Logo chegou o quarto dia em que haviam chegado à Nárnia. Todos conversavam enquanto tomavam o café da manhã.
Salem falava com Richard.
- Mas o Daniel se esfregou no cavalo. – Dizia Salem.
- Alguém viu um grifo por aí ? – Perguntou Felipe.
Então ele, Joana e Dafne passaram a discutir sobre mitologias.
Abner contava para Ron em maiores detalhes sobre Israel.
Daniele não largara a sua espada nem mesmo para tomar café.
Romilson conversava com Bico-Largo sobre os tamanduás.
Victor, Vick e Casco-Forte discutiam estratégias de guerra.
- O que acham dos grifos atacarem por cima jogando pedras, mantendo os inimigos da frente distraídos, e no mesmo instante, os ratos atacam por baixo ? – Perguntou Victor.
Após terminarem de comer, e um descanso, era hora de voltar ao treinamento.

O espírito narniano em cada um deles e as armas que receberam de presente, ajudaram com que melhorassem muito.
Se Daniele já era boa com a espada, ela ficou impecável. Foi de causar inveja até mesmo para os narnianos com pouco mais de experiência.
- Agora eu quero ver alguém fazer uma piada comigo. – Disse ela, enquanto manejava espada.
- Continue assim e você vai ficar como a Xena... – Respondeu Salem.
Dafne aperfeiçoou ainda mais no arco.
Abner, junto de sua espada, tornara seu escudo uma arma, passou a combinar muito bem os dois em ataques e defesa.
Victor não era muito bom usando apenas uma espada, mas usando duas, foi de se admirar.
- Elas devem ser usadas em equilíbrio, juntas, fazendo com que sejam apenas uma. Devo ter aprendido isso em Avatar. – Disse Victor.
- Sim. Acho que o Zuko falou coisa parecida. – Disse Felipe enquanto fazia uns lances muito legais que ele havia aprendido no vídeo-game.
Richard não precisava mais da menor espada, agora a sua nova era tão leve, que o tamanho não fazia diferença.
Salem acertara o centro de um alvo com uma adaga.
Vick estava lutando num estilo Jedi.
Amandio e Glória eram os melhores com lanças.
David fazia um treinamento com Thiago. Os dois pareciam rasgar o ar com seus movimentos.
Geisa, Junia e Mariana formavam um belo trio.
Joana tentava convencer Romilson a colocar uma maçã na cabeça, para que ela pudesse atirar.
- Nem pensar. Procure algum maluco que aceite. – Respondeu Romilson.

Esse maluco foi o Richard.
Apenas uma pessoa demonstrara menos resultado, e essa pessoa foi a Juliana. Segundo ela, não estava se sentindo muito bem para lutar.
- Muito bem, podem descansar – Disse Aquirus – Vocês demonstraram melhor empenho hoje. Ainda tem o que melhorar, mas continuem assim e irão longe.
Como haviam terminado, todos foram a beira de um lago para conversar.
O tempo passou, e após o almoço, eles viram Turius e os outros narnianos discutindo sobre o exército.
- Sabemos que o número dela é maior que o nosso. Talvez até mesmo com a nossa parte que está faltando.
- Senhor – Chamou David – Esqueci de perguntar antes, mas qual é o nosso número de soldados ?
- Somos 400 no total, mas como o rei Bartian desapareceu com metade, somos apenas 200. – Respondeu Turius.
- Mesmo sendo 400, ainda não é um número baixo para Nárnia ? Perguntou Thiago.
- Sim meu caro, mas nem todos estão nos ajudando, existe uma raça de anões na floresta, são muito teimosos, dizem que Aslam não retornou, e nunca retornará.
- Somos a prova de que Aslam retornou. – Disse Dafne. – Por que não nos levam até eles ?
- Um momento. - Daniele chamou a atenção de todos - Nós esquecemos, inclusive Dafne e eu, e isso é uma vergonha, mas nos esquecemos do que Aslam nos pediu.
Temos que encontrar o rei, se lembram ?
- E
ntão temos duas tarefas a fazer. - Disse Turius.

A Ajuda Vem de Baixo
Isso mesmo! - Concordou Dafne. - Lembram do aconteceu a Jill por não obedecer as ordens de Aslam? quase que ela Eustáquio viram Pastelão Humano.




tuc, tuc, tuc...ouvia-se um barulho contínuo bem distante e baixinho.
- Mas como iremos encontrar? - Richard perguntou. - que eu me lembre Aslam deu sinais pra Jill, e para nós só mandou o que fazer.
- Isso é verdade. - Concordou Juliana, que estava sentada na grama. - Será que vocês não se lembram de nada a mais que Aslam tenha falado a vocês?
Bom, que eu me lembre foi isso. - Falou Daniele.
Vixi, e você lá se lembra de alguma coisa? - Falou Joana com seu sotaque peculiar.
tuc, tuc, tuc…Agora estava pouco mais alto
- É mesmo, Daniele não é muita boa na memória - Concordou Victor.
Não gente, foi isso mesmo que Aslam falou. Temos de encontrar o Rei desaparecido e só.
tuc, tuc, tuc...O barulho agora já estava insuportável.
- É a época das construções dos Diques dos Castores. - Explicou Bico-Largo.
tuc, tuc, tuc...Agora já não estava mais aguentando e já estranhavam se eram mesmo os castores.
- Nossa! Que isso? - Reclamou Vick.
- Ah! esse barulho está me dando enjôo. - Murmurou Juliana.
- Vem daquelas arvores bem ali, atrás da cabana dos minotauros. - Falou Arquirius.

Todo o exército foi ver o que era. Não encontraram nada.

Meu Aslam - estranhou Ron - será um ser invisível? MEDO!
Onde está o causador disso? o som vem exatamente daqui! - disse Turius.
Ser invisível, diga quem é! e pare imediatamente com esse barulho - Bradou Arquirius em voz alta.

O som, ficava cada vez mais forte, e Juliana estava passando cada vez mais mal.
O chão começou a tremer e a soltar terra para cima.
TERREMOTO - Gritou Richard.
As meninas gritaram, como era de se imaginar.
Então começou a se abrir um buraco perfeitamente redondo. e já notaram que o barulho vinha dali.
Juliana falou:
Não estou aguentando, vai ter que ser nesse buraco mesmo.
Ao falar isso um terrícola saiu de dentro do buraco e logo foi completamente sujo pelo vômito de Juliana.
Oh! meus olhos, o Sol fere meus olhos! As terras ensolaradas são fedorentas e molhadas. Bem que falaram que caia água do chamado Céu, mas nunca achei que fosse tão fedorenta. - Exclamou o terrícola sem abrir olhos, tinha pelos alaranjados,e era do tipo dos que tinham um bico de pássaro, era meio gordinho para um terrícola, e precisava urgentemente de um banho.

- Oh! Pela juba do Leão! eles existem mesmo como é narrado na história do Rei Rilian. - Falou Bico-Largo, o mais velho dos que estavam presentes. - Mas espere um pouco, que eu saiba eles viviam pelas bandas do Norte lá na área do gigantes.
Oh! pequeno terrícola, me desculpe, esses dias não tenho passado muito bem, na verdade estou péssima e acho que só estou atrapalhando aqui. - Falou Juliana triste.
Victor sempre defensor tentou consolar:
- Não fale assim Ju, lembre que se Aslam a trouxe para cá junto de nós, foi por algum motivo.
- Deixe-me limpar você, terrícola - prontificou-se a tão bondosa Geisa, mas mal a menina encostou no pequeno terrícola, que por sinal estava pelando de quente, começou a berrar como uma criança.
- Ei tire suas mão de mim! Socorro terrícolas! Me pegaram!
Como ninguém estava segurando o terrícola que saiu pelo buraco, ele sumiu para baixo, com a puxada dos outros que de certo estavam a baixo dele.
- O que você viu lá em cima Terrikí? - falou um dos terrícolas para o que agora, sabemos que se chama Terrikí.
- É verdade que o teto é vazado pelo o que chamam de Céu? - falaram outros
- Como é o tal Sol? falou outro com um tom de medo.
- Eca! que fedor é esse!
- Não vi nada(Ai! minha cabeça), o Sol é tão forte que não consegui abrir meus olhos e na hora estava, o que eles chamam de chovendo. e a chuva é fedorenta! Estou todo chuviado. Não volto mais lá! Ouvi um dizer que até desconhecia nossa existência, (Ai minha cabeça)
- Ei! - ouviu-se a voz de uma menina. - Era Geisa. - Você está bem terrícola?
- Se escondam, ouvi essa voz se aproximando de mim quando estava lá em cima.
Geisa o que está fazendo? não pu… - e antes que Vick terminasse, Geisa deu um salto pra dentro do buraco. Todos em coro gritaram o nome da menia:
Geisa!
- Olá terrícolas! Meu nome é Geisa, viemos em paz.
- Assim como quiseram arrancar minha cabeça fora lá em cima? está doendo muito.
- Oh! Terrikí! - Falou um, agora Geisa sabia o nome dele. - Sua cabeça! Você está careca! o Sol lhe comeu seus pêlos e lhe queimou um pouco a cabeça!
- Oh! Coitadinho! - falou Geisa com pena. - Bem que eu sabia! o Sol é demais pra vocês, vocês não podem com ele.
Ai! está doendo!
Chamarei ajuda! Aguente Terrikí.
- Ei Dafne! desça aqui em baixo! e traga um pano molhado! Preciso de ajuda - Gritou Geisa.
- Dav... o que? - estranharam os terrícolas
- É Dafne! uma moça muito inteligente. ela cuidará de você!
- Vocês são em quantos?
- São legítimos narnianos? - outros disseram.
O que estão fazendo? - um outro magrelo de penas falou.
- Geisa falou que estão com problemas lá em baixo. e quer um pano molhado, o que será? - Falou Dafne ao grupo que ainda estava em cima.
- Melhor irmos todos juntos - Sugeriu Victor. - Mas Arquirius não cabe.
- Abriremos mais o buraco. - Disse Bico-Largo
- Eu vou ficar gente - falou Juliana
- Eu faço companhia pra você Mãe! - Disse Ron
Obrigado!
Eu também fico, sabem que minha respiração não das melhores e tenho PAVOR a lugares fechados e escuros. - Disse Joana.
Está certo, podem ficar.
- Pelo rabo do lagarto! o que seus amigos estão fazendo? - Falou um terrícola. - Não podemos com o Sol! vamos mais para o fundo terrícolas!
Abriram um enorme buraco e todos entram liderados por Dafne que já trazia o pano e Arquirius um pouco desajeitado, com seu enorme corpo de cavalo.
- Putia La miséria! vocês são uns 200 terrícolas - falou Abner espantado!
Geisa só notava agora o tanto de terrícolas que estavam ali, depois que Abner falou. Alguns estavam grudados no teto de pedra que já mostrava as raízes das arvores do Mundo de Cima. outros eram tão pequenos e escuros que podia se confundir com pedras.
Prontamente Dafne já procurou Geisa para identificar o ferido. Geisa lhe mostrou, e Dafne enfaixou a cabeça de Terrikí. 
O lugar não era lá tão grande, mas comportava a todos perfeitamente. Notaram que o fundo do túnel ia estreitando tanto ao ponto de não passar mais uma formiga
Posso saber por que buraco vocês passaram? - Perguntou Salem.
- Dali onde vai estreitando
Entede-se COMO vocês passaram! Por ali não passa nem um formiga - Falou Salem novamente já irritado.
E tem mais - Prosseguiu Bico-Largo - Como foram parar aqui no Costa Narniana?
Meu nome é Handramit, sou o mais velho aqui. - Começou um terrícola chamado Handramit. a história é essa:
No ano 2300 de Nárnia uma feiticeira conhecida por Dama do Vestido Verde desceu-nos ao Bismo e escraviou-nos por 50 anos
Acho que já conhecemos essa história - Interrompeu Salem.
Cale a boca Salem, deixe ele continuar! - Falou Abner
Como ia dizendo, ficamos 50 anos escravos daquela feiticeira. Eramos tristes e pacatos e simplesmente os terrícolas cavavam e cavavam para o Mundo de Cima. Até que duas crianças enviadas de Aslam mais um paulama e o Rei Rilian liberou nossos antigos terrícolas. Mas teve uma parte de terrícolas que consiguiram escapar da Feiticeira e fugiram para o Sul, aqui na Costa Narniana. E nós somos descendentes deles.
Ah! Agora entendo. - Exclamou Bico-Largo
Ainda não entendo qual é a moral do túnel. - Reclamou Felipe, o Gostoso.
Já falaram a vocês que a paciência é uma virtude? - falou Handramit. - ...Quando achávamos que tudo corria bem aqui no Sul nos veio uma outra Feiticeira, a qual chamam de Feiticeira Safira e novamente mais uma feiticeira veio a nós prometendo 1001 maravilhas mas queria escravizar-nos, ela usa um colar mágico com uma pedra azul reluzente, a qual brilha na mais densa escuridão. Quem olhar fixamente para o colar, vira capacho de qualquer um. Alguns de nós começaram a se tornar estranhos, decidimos fazer como nossos antigos, e fugir antes que o pior acontecesse…
não podíamos deixar que a feiticeira ficasse com os nossos, e conseguir finalizar seus planos, foi doloroso para nós, mas havia um local onde só os mais antigos sabiam. Se houvesse alguma invasão, soterraríamos toda a cidade. Foi o que fizemos. Ainda bem, que não demoramos, poucos de nós estavam sobre o feitiço dela. Mas tenho certeza que a desgraçada está viva por aí.

A Ajuda em Ação
- Será mesmo que ela morreu?
- Então, vocês acabaram de voltar dessa tragédia? - Perguntou Vick aterrorizada com a história que acabara de ouvir.
- Há 4 dias, cavando.
- Hey! Nós estamos em Nárnia a 4 dias. - Observou Tiago.
- Espere...Há 4 dias lembram que as meninas viram um vulto azul no meio da chuva? E se for a feiticeira? fugindo do desabamento?
- É por isso que ela não fez nada com vocês, gurias, deveria estar tão atucanada que nem ligou pra o que estava a volta. - Concordou Abner.
- Que sorte vocês tem de não ter acontecido, aquela bruxa é sinistra.
- E se me lembro bem, as meninas voltaram meio diferentes, estavam meio tontas, pareciam anestesiadas! - Lembrou Salem.
- Na certa vocês olharam para o colar não foi? - Disse o terrícola.
- Só me lembro de estar no meio da tempestade, olhar um vulto azul, não raciocinar muito bem e encontrar vocês depois. - Respondeu Daniele.
- Também acho, vamos tomar cuidado, pelo jeito não demora muito o efeito do tal colar.
- Caros terrícolas! ficamos muito tristes pelo acontecimento, e pela perda dos seus queridos. Se nos dão a honra nesta batalha contra a feiticeira para vingarem os seus, seria de grande ajuda. - Disse o chefe do exército, Aquirius
- Vingar os nossos! É isso que faremos!
- Isso! Vamos mostrar ao mundo quem somos, e nenhuma feiticeira mais irá nos subestimar a tentar nos enganar!
Viva! Viva! Viva!

depois de vivas, um terrícola se levantou em voz:
- Terrícolas! Vocês se esqueceram, não somos de muita utilidade, não podemos colocar um fio de cabelo exposto ao terrível Sol! vejam o que aconteceu com o coitado Terrikí.
- Isso é verdade!

e começou um burburinho que se estendeu e virou uma grande bagunça: “Que faremos para vingar o nossos?”, diziam uns. “Maldito o que criou-nos com essa rejeição ao Sol!” outros diziam.
- Quanto tempo você acha que eles vão demorar lá em baixo? - Ron falou depois de absoluto silêncio.
- I have no idea. - Said Joana
- Português por favor?
- Ai desculpa, preciso treinar meu inglês, a atmosfera de Nárnia faz agente esquecer as coisas do nosso mundo, imaginem se volto e esqueço do meu inglês? Que coisa terrível!
- Está ficando escuro - Observou Ju.
- E frio! - Acrescentou Ron.

- Acalmem-se todos - Era a primeira vez que Victor levantara em tom alto a sua voz. - Devemos nos acalmar e quanto menos perder tempo nesse momento, melhor. Há um tempo que eu venho pensando em uma estratégia de guerra, mas agora, com os pequenos amigos, pensei em algo tão bom quanto. Ou melhor...
- Então nos diga, qual é a grande estratégia ?
- Eles serão o nosso elemento surpresa.
- Faremos o que for possível – Disse o líder dos terrícolas – Mas o que seria esse elemento surpresa ?
- Ah, claro, me diga meu amigo, vocês estão dispostos a fazer uma grande escavação ?
- Cavar mais do que já cavamos ? – Reclamou o terrícola mais baixo de todos.
- Quieto Tumpiks – Ordenou o líder – será um prazer ajudar.
- E o que você pretende com isso ? – Perguntou Thiago.
Victor olhou para o chão a procura de uma pedra, encontrou uma pontiaguda.
- Boa idéia, você vai tentar matá-la com uma pedra... – Zombou Salem.
- Fique quieto, Salem. Quero ouvir o que ele tem a dizer – Advertiu Felipe.
- Bem – começou Victor – Não sei se consigo explicar direito, mas irei desenhar.
Usando a pedra, ele fez um grande retângulo no chão, e o dividiu na metade, desenhando uma faixa. Fez um circulo pequeno em um lado, e um muito maior no outro. Ambos estavam um pouco atrás da faixa.
- Nosso exército é o circulo menor, o outro é o da feiticeira. Esta faixa é o buraco que os terrícolas irão cavar, de largura e distância considerável. Disfarçamos, cobrindo com mato, e quando o exército dela avançar,boa parte cairá, e lá estarão os terrícolas para cuidar dessa parte. Quem não cair, ficará desorientado por alguns segundos. – Victor voltou a desenhar, fez um circulo ainda menor dentro do que representava os narnianos. – Aproveitando isso, os arqueiros estarão na primeira fileira, preparados para atirar em mais uma parte deles. – Tornou a desenhar, fez um circulo em ambas as laterais. – Devido a largura do buraco, eles darão uma boa volta para chegar até nós, por isso estarão esses arqueiros nas laterais, cuidarão de mais uma parte além de atrasá-los. Então conseguiremos atacar mais rápido. O resto fica por nossa conta, mas acho que ainda estaremos em menor número. – Terminou Victor.
- O que nos motiva ainda mais a encontrarmos o rei Bartian. – Disse Romilson.
- Mas tem um problema – Disse Felipe – Os terrícolas não suportariam a luz solar.
- Eu sei – Começou Victor – É por isso que eu pensei em uma batalha noturna.
- Mas Victor, meu caro, uma batalha noturna não atrapalharia todo mundo ? – Perguntou Dafne.

- Acho que não – Disse Bico-Largo – Aliás, podemos conseguir luz, basta não ser solar.
- E quem garante que nós não podemos nos machucar, mesmo sem o sol ? – Perguntou Tumpiks.
- Não se preocupe – Consolou Victor – Mas por via das dúvidas, podemos testar agora.
O Sol já havia baixado completamente após as palavras de Victor, esse era o momento de testar se os terrícolas também não aguentavam mesmo na noite.
- Quem será o primeiro?
- Eu não!
- Muito menos eu!
- Eu não quero sofrer o que Terrikí sofreu.
- Eu vou! - Disse um jovem terrícola que aliás, para um terrícola até que tinha uma boa aparência.

- Definitivamente não vamos mais esperar aqui!, voltemos as barracas. Eles que nos procurem depois. - Disse Ju.
- Apoiada! o Sol já baixou, e a Ju já está mal de mais pra pegar um resfriado agora.
Foram só se levantar, e ouviram um barulho. Todos olharam pra atrás, já estava escuro. Saía do buraco a cabeça de um terrícola.




Tudo Azul
Agora, já não era apenas a cabeça, o terrícola estava diante dos outros narnianos, e dos três que decidiram ficar.
Ouviram-se gritos de baixo.
- Como é aí em cima ?
- Está tudo bem ?
- Ainda está vivo ?
- Sim, me sinto bem com a falta desse sol. Podem subir. – Respondeu o jovem terrícola.
Aos poucos todos subiam, os terrícolas olhavam para todos os lados, cheios de admiração, ainda que suas vistas estavam meio embaçadas.
Depois de tudo explicado aos que não puderam descer, durante o jantar, que aliás agradou muito os terrícolas que nunca haviam saboreado aquele tipo de comida, Turius tomou a palavra.
- Amanhã nós iremos até a floresta, pedir ajuda aos anões, portanto, não demorem para dormir. E quanto aos terrícolas, acho melhor voltarem rápido para o buraco, se adormecerem aqui...
- não tenho medo do sol – Interrompeu Tumpiks, o terrícola mais baixo.
- Você diz isso porque não teve contato como eu – Reclamou Terrikí com a cabeça enfaixada.
- Tem razão senhor – Disse o líder à Turius – Voltaremos assim que acabarmos de saborear essa maravilhosa refeição.
Terminado o jantar, todos se despediram e voltaram a suas tendas. Joana, Dafne e Juliana dividiam a mesma. Deram boa noite, e deitaram.
Juliana fechou os olhos, e assim permaneceu por um bom tempo. Ao abrir, já era claro, levou alguns segundos para perceber que sua visão estava diferente, mas ela não sabia o que era. Joana e Dafne não estavam lá, mas Juliana não estava sozinha, reparou que tinha uma menina que aparentava ter a idade dos mais jovens da turma.

- Oi – Cumprimentou a garota – Como vai ? Tudo está azul ?
- Quê ? Azul ? – Só naquele momento Juliana percebeu o que acontecera com sua visão, tudo que ela olhava tinha uma cor azulada. – Q... Quem é você ?
- Alguém... – Respondeu a garota.
Juliana começou a sentir medo.
- Você é...
- Posso ser...
- O que faz aqui ?
- Não sei... E você ? O que faz aqui ?
- Bem, eu...
- Você e seus amigos acham que tem mais direito de estar aqui, do que eu ?
Deixando o medo de lado, Juliana tomou coragem para responder.
- Se você for quem eu penso que sou... – Disse Juliana – Sim, nós temos todo o direito.
- Vocês são assim, humanos, acham que estão certos e acima de tudo, não é ?
Ao invés de responder, Juliana perguntou.
- Como pode ser tão jovem ?
- Posso ser jovem, ou posso ter a idade que quiser. O que acha ?
Ela estava confusa demais para responder.
- Entenda, Juliana...
- Sabe meu nome ?

- Eu sei de tudo – Respondeu a garota. – Eu posso ajudar a irem embora, você, seus amigos, não precisam disso, essa guerra não é de vocês. O que me diz ?
- Está com medo de perder ?
Medo? – Riu a garota – Medo ? Vamos lá fora, por favor.
A garota levantou-se, Juliana fez o mesmo, ao saírem da tenda, Juliana deparou-se com uma visão horrível. Não era somente um ataque, era um massacre, calormanos e outras criaturas atacavam seus amigos e aos narnianos. A cada segundo caía um narniano, a cada segundo, caía um amigo.
Juliana sentiu uma das piores sensações de sua vida.
- Por que está fazendo isso ? Pare, por favor. Pare !
- Você não disse que eu estava com medo ? Pode temer, Juliana, pode temer. Porque isso irá acontecer. Mas não agora.
- Por que faz isso ?
- Sente pena deles ? – A garota pela primeira vez demonstrou sentir raiva - No fundo todos os humanos merecem isso, ou mais.
Novamente ela mudou a expressão.
- Bom, gostei de conversar com você. Até o nosso próximo encontro.
- Próximo ?
- Provavelmente. Se houver necessidade de conversarmos. Creio que haverá. Acho melhor manter esse nosso encontro em segredo. Acredite, você não irá gostar de contar isso a alguém. E talvez eu volte diferente. Tchau.
A garota desapareceu, em seguida, Juliana avistou Joana fugindo dos calormanos, e vindo com um balde em sua direção.
- Acorde ! – Gritou Joana, enquanto despejava a água do balde em Juliana.

A ultima coisa que Juliana fez, foi virar o rosto e fechar os olhos. Sentiu água caindo em seu rosto, e abriu os olhos. Estava deitada em sua tenda, sua visão estava normal, Dafne estava ao seu lado, e Joana de pé desculpando-se.
- Oh God ! Sorry. – Disse Joana – Ah, desculpe, nada de inglês. Me perdoe, Ju. Eu estava com sede, acabei tropeçando, não queria lhe acordar, nem lhe jogar água.
Juliana levantou a cabeça. Aquilo não podia ser um sonho. Era real demais para isso.
- Ta tudo bem, Joana. Sei que não foi sua intenção. E acho que já é hora de levantarmos. – Disse Juliana, enquanto secava seu rosto.
A maioria já havia acordado.
No momento todos estavam acordados, se preparando para partir, não antes de tomarem o café da manhã.
Juliana nada pouco disse durante a refeição, não conseguia parar de pensar naquele sonho tão real. Pensava nas palavras da feiticeira.
- Eu vou querer manter o encontro em segredo – Pensava Juliana - Ela voltará diferente, o que ela planeja comigo ? Será que ela é tão jovem assim ? Não, acho que não. Mas tenho medo de contar a alguém.
Ela começou a se sentir tonta, estava quase afundando seu rosto no prato em que comia.
- Você está bem, Ju ? – perguntou Ron preocupado.
- Estou sim, só estou com sono.
Pouco tempo depois de terminado o café da manhã, eles partiram floresta adentro, pedir aos anões para que os ajudassem naquela temida guerra.

A Escalada
Enquanto o grupo acompanhado de Bico-Largo seguia floresta adentro Juliana ficou no acampamento, pois continuava sentindo-se mal. Os terrícolas iniciaram então seu trabalhão seguindo as instruções de Victor que também ficou.
Eles cavavam muito rápido tomando cuidado para não se exporem à luz do sol quando precisavam de instruções para continuar o projeto. Victor estava animado, principalmente porque sua idéia genial fora aceita. Mas Juliana não estava nada bem. O sonho da noite anterior ainda a incomodava e o pior, a preocupava.
“E se tudo for verdade. E se ela...a garota tão nova realmente nos derrotar”? Ela esfregou o rosto com as mãos, a imagem dos seus amigos filhos de Adão e Eva mortos e seus amigos Narnianos não lhe abandonava a mente. Era um desespero que a deixava sem ar.
“E se Aslam nunca vier”?  - Mais um pensamento negro.

- Ju, você está se sentindo bem? - Perguntou Victor vendo que a menina estava branca feito papel.
- É só... - ela suspirou - Preocupação.
- Não fique assim. Logo todos voltarão. Vai dar tudo certo!

Victor abriu um sorriso largo. Mas isso não foi suficiente para acalmar a garota.

O resto do grupo seguia em frente. Quando chegaram às montanhas Bico Largo resolveu que era hora de instruções.

- Lembrem-se - disse com sua voz arrastada e sábia - eles são bárbaros. Existem várias raças de Gigantes como bem sabem, mas estes não são amáveis.

Dafne estremeceu. Richard sorriu achando a idéia atraente.

Bico Largo continuou:
- No entanto, assim com nós eles sofrem repressões da Feiticeira. É capaz que possamos trabalhar com eles em paz.

Daniele pigarreou dando um passo à frente do grupo:
- Não seria melhor os que sabem lutar ir à frente caso seja... Hum, necessário?
- Pelo jeito ela está louca pra usar a espada - Cochichou Joana para Salem.
- Esta é uma boa ideia - Disse Bico largo fazendo gesto com as mãos. - Venham à frente os que sabem lutar.

Daniele, Abner, David, Richard, Salem, Vick e Joana se aproximaram. Dafne olhou desiludida para seu arco. Ela ainda tinha problemas com o desempenho.
Todos começaram a subir grandes pedras quadradas e cinzas em direção à terra dos Gigantes. O caminho era irregular e muitos escorregavam. Ron estava ficando nervoso, escaladas não faziam seu estilo.

- Mas que saco! Essas pedrinhas entram no meu tênis e minha mão está toda dolorida - reclamou ele em voz alta.

Abner que também se esforçava para chegar ao topo fez uma careta.

- Todos nós estamos sofrendo aqui Ron, não vá começar agora! - Disse ele.

Todos então ouviram uma explosão e pararam de chofre. O coração de Vick quase saíra pela boca. Dafne colocou a mão no coração e Richard soltou um palavrão com o susto. Daniele ergueu a espada e Bico largo erguei a mão preparando-se apara um ataque.
Todos ficaram em silêncio, corações acelerados. Do outro lado, há milhas das montanhas onde pequenos homens cabeçudos cavavam na terra fofa de Narnia Juliana dá grito. Era mais uma visão:
- Nossos amigos - Ela gritou debruçando-se com a mão no estômago. A cara contorcida e horror. - Eles estão em perigo!

4 comentários:

Victoria Lima disse...

Como diria a Joana...Very Good! =P

Daniele disse...

Gente, alguem pode corrigir meus erros? Eu digito tudo errado e além do mais o nome do Voctor ta errado hahahaha

Abner Pereira disse...

Já está corrigido Dani

Vinícius disse...

então é um travesti? Hhauhauahuauhhua